quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os desafios da logística



INSTITUTO BRASILEIRO DE LOGÍSTICA
H.R.Meirim
Numa economia globalizada, os saberes da logística surgem para planejar, executar e controlar o transporte, movimentação e armazenagem dos produtos dentro e fora das empresas, garantindo a sua integridade física e o prazo de entrega acordado com o cliente.Fazer um produto, serviço ou informação chegar intacto, no tempo certo, ao menor custo, na mão daquele que o deseja, de maneira que atenda todas as suas expectativas: isso é o estado da arte da logística. Mas para três Administradores especializados na área, nada disso acontece se não houver uma boa gestão de informações e de pessoas, uma visão integrada de toda a cadeia logística e o conhecimento das reais necessidades do cliente. Numa economia globalizada, sem fronteiras, os saberes da logística surgem para planejar, executar e controlar eficientemente, ao custo correto, o transporte, movimentação e armazenagem dos produtos dentro e fora das empresas, garantindo a sua integridade física e os prazos de entrega acordados com os clientes.
Em outras palavras, logística é uma parte da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla, com a necessária eficácia, o fluxo e a armazenagem de bens, serviços e informações, entre o seu ponto da origem e o seu ponto de consumo, a fim de satisfazer todas as exigências dos consumidores.
Para conhecer um pouco mais sobre os desafios da logística neste milênio, três profissionais de logística foram entrevistados pela Revista AdministrAção, são eles: os Administradores Hélio Meirim, Teófilo Oliveira Souza Filho e Monica Barros.
Saber fazer
O Adm. Hélio Meirim é consultor de logística e professor universitário, mestre em Administração, com MBA em Marketing, Logística, Análise de Sistemas e Docência Superior. Atuou por mais de 15 anos como executivo de logística em empresas nacionais e multinacionais, com projetos desenvolvidos no Brasil, Chile, México, Estados Unidos, Portugal e Espanha. Já o Adm. Teófilo Oliveira Souza Filho é analista de planejamento do IBGE, professor universitário, consultor da X4 Empreendimentos, mestre em Ciências Contábeis e doutor em Engenharia de Produção. A Adm. Monica Barros, graduada em Administração pela PUC-Rio, com MBA em Marketing pelo IAG/PUC-Rio e Mestrado em Logística também pela PUC-Rio, atua na área acadêmica.
Para o Adm. Hélio Meirim entre os aspectos mais importantes no processo logístico, o fundamental é ter a visão integrada de toda a cadeia logística, promover ações para melhorar os níveis de serviço, racionalizar os processos e reduzir os custos, além de estabelecer indicadores de desempenho para mensuração dos resultados.
Enquanto o Adm. Teófilo Oliveira acredita que conhecer a capilaridade da logística, as reais necessidades do cliente e analisar a viabilidade de atender à demanda sem comprometimento dos processos em curso é o mais fundamental.
A Adm. Monica Barros acha que a gestão da informação e de pessoas é sem dúvida um dos maiores desafios dos gestores de logística: "Muitas vezes ter o equipamento mais moderno não significa utilizá-lo da forma mais eficiente. Pessoas sem capacitação nas novas tecnologias podem, ainda que sem querer, atrapalhar ou dificultar a operação", afirma.
TI a grande aliada
Para a Administradora a Tecnologia da Informação (TI) permitiu aos gestores terem mais informações em tempo real e conseqüentemente tomar decisões mais confiáveis. Como exemplo é possível citar situações de como localizar um pedido ao longo da cadeia logística. Outro exemplo é o maior gerenciamento do estoque que permite ao gestor um maior controle, aumentando o nível de serviço ao cliente associado com uma redução do valor do estoque. "Mas a falta de capacidade em planejar ou executar o que já foi proposto é um dos principais problemas da logística e isto fica nítido quando observamos alguns portos e rodovias no Brasil que vêm apresentando problemas relacionados à infra-estrutura", diz.
Como exemplo, ela informa que investimentos nos acessos marítimos portuários podem proporcionar melhorias significativas de operação: "Apenas alguns portos brasileiros têm calados superiores a 16 metros, profundidade mínima necessária para o recebimento de navios de última geração de contêineres. Pequenas profundidades nos berços acarretam, algumas vezes, a espera de algumas horas para que a maré suba e então o navio possa deixar o porto."
Também para o Adm. Hélio Meirim as principais falhas em processos de logística estão relacionadas com a falta de planejamento atrelada à busca por resultados imediatos: "Falta uma visão integrada, capaz de evitar impactos negativos de projetos que não considerem a aplicabilidade em outras áreas da empresa, assim como cresce a oferta de projetos privilegiando apenas a redução de custos em uma das etapas da cadeia logística, sem levar em consideração o custo logístico total e o nível do serviço oferecido ao cliente."
O Adm. Teófilo Oliveira, diz que falhas acontecem apesar do apetite voraz dos operadores logísticos das empresas pela redução de custos e dos esforços no atendimento aos seus clientes. De acordo com o analista de planejamento do IBGE, se por um lado, as taxas de crescimento e a lucratividade nas operações estão muito baixas, por outro custa caro reter clientes antigos e é extremamente difícil conquistar novos: "Mas os contratantes procuram sempre por preços melhores e querem respostas rápidas para questões complexas. E é dentro deste contexto, que a primeira falha continua sendo o entendimento errado das reais necessidades dos clientes e da capacidade real da empresa para atendê-los, o que provoca uma insubordinação das regras que o mercado não perdoa."
Tanto o Adm. Hélio Meirim como o Adm. Teófilo Oliveira, a exemplo da Adm. Monica Barros enxergam a TI como uma grande aliada. "Os primeiros equipamentos para movimentação estratégica de suprimentos foram utilizados de forma experimental na I Guerra Mundial. Após esse período, a TI transformou o mundo em uma rota de proximidade, onde as distâncias e os obstáculos geográficos são facilmente transpostos e a comunicação favorece a terceirização (3 PLs/ third party logistics) e os quarterizadores logísticos (4 PLs/fourth party logistics) que estão surgindo", informa o Adm. Teófilo Oliveira.
O Adm. Hélio Meirim enfatiza que a utilização de ferramentas de alta tecnologia que facilitam a gestão de curto, médio e longo prazos é imprescindível, como os softwares que auxiliam os processos de Planejamento de Vendas, Gestão de Almoxarifados (WMS - Warehouse Management System), Gestão de Transportes (TMS - Transportation Management System) e compras através de processos eletrônicos (e-Procurement). No entanto, o Administrador destaca que: "Mesmo existindo boas ferramentas, a capacitação e a competência da equipe na análise das informações e nos processos de tomada de decisão continuam sendo preponderantes para que as empresas consigam uma eficiência em seus processos logísticos."
Experiências
O Adm. Hélio Meirim conta que certa vez prestou consultoria para uma determinada empresa com o objetivo de combater a insatisfação de clientes com avarias, custos de transporte e descumprimento dos prazos de entrega. Como estratégia ele levantou a análise do fluxo de entregas dos principais clientes, seus volumes de compra e a freqüência dessas entregas, visando aperfeiçoar as operações de transporte, reduzir o número de fornecedores e implementar novos modais, como por exemplo, o uso de cabotagem. "Identificamos as necessidades para os principais clientes da empresa com relação à entrega e desenvolvemos um programa de treinamento e avaliação de fornecedores estabelecendo critérios e metas a serem atingidas. A partir das expectativas dos principais clientes, passamos a prestar um serviço bem mais adequado."
Outras medidas tomadas para o mesmo problema foram a desconcentração das entregas de final de mês, diminuindo o total de horas extras e possibilitando uma redução de custos operacionais, além da redução do envio de produtos e quantidades erradas, que ocasionavam problemas nas entregas.
Já o Adm. Teófilo Oliveira conta um caso interessante, no âmbito do IBGE, que é a realização do censo populacional em mais de 5 mil municípios de difícil acesso.
A interrupção modal, provocada pelas chuvas e cheias nas vias rodoviárias, aeroviárias e aquaviárias transforma a contagem em uma atividade de superação e dedicação pessoal daqueles que aplicam os questionários do censo brasileiro.
A criminalidade também afeta o processo de aplicação do censo ao gerar desconfiança na população que, receosa, fornece seus dados incorretamente. O retorno do pesquisador para verificação das informações compromete os prazos. Fica prejudicada a integração da logística interna (inbound) e da externa (outbound).
"Em função dos desafios apresentados, aprendemos a sincronizar, com sabedoria, todos os elementos que compõem a logística de aplicação do censo populacional brasileiro, que levanta dados estatísticos de extrema relevância para o país", conclui o Adm. Teófilo Oliveira.
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Um comentário:

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